A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido contábil de R$ 9,7 bilhões no primeiro semestre de 2025. Os números, divulgados pelo banco na noite desta quarta-feira (17/09), representam um aumento de 70,2% em relação ao mesmo período de 2024. Por outro lado, o lucro líquido recorrente foi de R$ 8,9 bilhões, alta de 45% na comparação com o ano passado.

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, o lucro anunciado nesta quarta-feira reflete diretamente o empenho de cada trabalhadora e trabalhador do banco. “Mesmo com o fechamento de agências em diversas regiões do país e a redução no quadro de funcionários, os empregados da Caixa continuam garantindo resultados expressivos. Esse lucro não pode, porém, vir às custas da saúde mental dos trabalhadores, que se esforçam diariamente para oferecer o melhor à sociedade brasileira, mesmo em condições adversas”, destacou Takemoto.

A preocupação é reforçada pelos dados da pesquisa sobre saúde mental realizada pela Fenae, que revelou um cenário preocupante: 37% dos empregados já receberam diagnóstico de problemas relacionados ao trabalho na Caixa. Segundo Takemoto, grande parte desse adoecimento é consequência da cobrança por metas excessivas, da pressão constante e da sobrecarga de trabalho.

Ele lembra ainda que o lucro de R$ 9,7 bilhões no primeiro semestre de 2025 comprova a ampla folga financeira do banco para investir em melhores condições de trabalho e solucionar o impasse em torno do Saúde Caixa. Entre as principais reivindicações da categoria na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do plano de saúde estão o reajuste zero das mensalidades e o fim do teto de 6,5%.

Segundo os dados, a Caixa encerrou o primeiro semestre com 84.050 empregados, o que representa uma redução de 2.619 postos de trabalho em relação ao mesmo período do ano anterior, além do fechamento de 122 agências. No mesmo intervalo, entretanto, o banco registrou a entrada de cinco milhões de novos clientes, totalizando 156 milhões.

De acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feita a pedido da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o total de ativos do banco cresceu 11% em relação ao primeiro semestre de 2024, somando R$ 2,1 trilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente ficou em 11,86%, avanço de 2,32 pontos percentuais frente ao mesmo período do ano anterior.

O aumento dos ativos da Caixa foi impulsionado principalmente pela alta de 10,1% na Carteira de Crédito Ampliada em comparação ao mesmo semestre do ano anterior, alcançando R$ 1,294 trilhão. O desempenho positivo da carteira de crédito reflete o crescimento em diversas áreas: crédito imobiliário (+11,7%), agronegócio (+2,6%), saneamento e infraestrutura (+5,4%), crédito para pessoa jurídica (+8,1%) e crédito comercial para pessoa física (+9,1%).
Por outro lado, a taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias atingiu 2,66%, registrando aumento de 0,46 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024.

Resultados refletem expansão e solidez do banco

Com o resultado positivo, Takemoto reforça que o banco terá condições de pagar a primeira parcela da PLR aos empregados, conforme previsto no ACT, com data limite para quitação no próximo dia 30 de setembro