Com a proximidade do fechamento de 2025, cresce a incerteza e preocupação entre os empregados da Caixa com as regras do Super Caixa, programa criado pelo banco que prometia premiar as equipes pelas vendas e pela performance no segundo semestre de 2025.

Para a diretora da Apcef/SP e presidente da Agecef/SP, Fernanda dos Anjos, o programa criado tem muitas falhas e tem causado uma série de insatisfações nos empregados. Segundo ela, o último levantamento, realizado em 26 de dezembro de 2025, aponta que mais de mil unidades seguem sem as notas de CSAT e NS — critérios obrigatórios para o recebimento do bônus e para a validação dos valores das vendas realizadas pelos empregados no período. Além disso, mais de 800 unidades também estão fora do jogo por não atingirem a chamada Alta Performance até a presente data.

“Os números são desoladores. Cruzando todas as exigências, são 1.279 unidades em risco nesta sexta-feira, o que significa pelo menos 12 mil colegas ameaçados de ficar sem a premiação do Super Caixa”, explica Fernanda. “Enquanto isso, as superintendências nacionais e a matriz já garantiram seus resultados positivos para o Ano-Novo, com a nota de dezembro da VIVAR em 104,28, ou seja, já podem comemorar o ‘azul’ no próximo holerite”, completa Joana Lustosa, diretora da Apcef/AP e VP da Agecef/AP.

“Na avaliação dos empregados, o Super Caixa penaliza quem está no atendimento direto à população e atuando nos negócios lá na ponta. O programa apresenta falhas e não corrige distorções. Muitos dos parâmetros adotados não têm relação direta com o trabalho da venda”, destaca o diretor de Esportes da Fenae, Rafael Castro, que tem acompanhado as reclamações que chegam para a CEE.

“O lançamento de penalidade com relações ao CSAT, que apesar de tratar da satisfação do cliente, mas nem sempre aponta sobre as vendas, foi registrada no resultado.caixa apenas em dezembro com referência a agosto/2025 — quatro meses depois. A orientação é seguir registrando chamados para contestações não acatadas”, reforça diretora Fernanda.

Os problemas sistêmicos também afetaram o NS (Negocios Sustentáveis). Documentos que deveriam ser digitalizados ficaram fora do radar, impossibilitando o alcance da média de 100% exigida no semestre. Em agências menores, os pesos aplicados tornam a recuperação praticamente inviável, além de expor individualmente trabalhadores como “culpados” pelo não recebimento coletivo — afetando não só o bolso, mas também a saúde mental das equipes.
Já o Resulta.Caixa acima de 100% segue como um desafio para mais de 20% das unidades, seja por metas descalibradas, seja pelo cenário da inadimplência. Muitas dependem agora das últimas 48 horas úteis do ano para tentar virar o jogo.

Campanha Vendeu/Recebeu

Para corrigir as injustiças, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), a Contraf-CUT e as Apcefs lançaram a campanha Vendeu/Recebeu, que cobra mudanças no Super Caixa. 

Para aderir, basta assinar o abaixo-assinado (https://link.fenae.org.br/CampanhaVendeu-Recebeu), que reivindica alterações no atual regramento. 

Sergio Takemoto, presidente da FENAE, reforça a necessidade de fazer pressão para mudanças no regramento.  "As entidades estão atentas na defesa dos interesses dos empregados, agora a mobilização dos que correm o risco de não terem reconhecido todo o trabalho que realizam ao longo do ano, é fundamental para corrigir injustiças. Assinar o abaixo-assinado e divulgar a campanha é responsabilidade de todos”, reforçou.